ninguem escreve? muito bem, escrevo eu.
apetece-me (muito sinceramente) falar de futebol.
perguntam: e a noite de trance no carnaval?
não me apetece falar. era daqueles dias em que não me apetecia estar sozinho. e estive.
separei-me do meu corpo. ele dançava, e eu roia o meu lábio inferior de saudade de uma boa conversa animada em pista de dança. há dias assim. nunca se está bem em lado nenhum. a musica não me compreendia e eu não lhe dava mais que breves momentos de satisfação. estava amorfo... quase morto.
desdenhei-me por me ver em casa. por me ver outra vez comigo. por conversar outra vez com a minha solidão.
mas que raio. este muro dos trinta dá trabalho. porque não estava eu preparado para o vencer com mais facilidade. é tudo em escala de cinza.
perguntam: estás-te sempre a lamentar. que inconstância de sentir é essa. ora pareces estar bem, ora pareces estar mal. em que ficas.
para já... no verbo PARECER.
uma coisa me parece no entanto interessante. estamos em estado gasoso. creio que pela omissão da presença feminina no nosso grupo.
dantes ela era regular, agora nem sei mais.
sempre me fez impressão o mundo masculino na sua fundamentação e exclusividade de direcções. vejo-me hoje espectador assiduo do mesmo.
pergunto: se nunca me interessei por falar do pénis, sobre o pénis ou com o pénis... porquê agora. porquê, noites consecutivas de testosterona, masculinidade, observação carnal...????
i need to go straight to the top, where the air is fresh and clean...
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004
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