Um dia na vida de um moto-rato!

2ª Feira. O dia apresentava-se aparentemente calmo e tranquilo. Não podia estar mais engano!
Tinha de estar na Siemens às 9:15 para os tradicionias exames médicos.
O despertador tocou por volta das 7, hora que deveria sair da cama para estar na rua às 7:30. 7:30 acabou por ser a hora de saída... da cama! Face a este contratempo, estava na rua às 8:10. A esta hora autocarro já não era opção (chegaria à Siemens às 10:00) e carro só se fosse para a camada de nervos.
Olhei para o céu! Estava um daqueles dias que tanto podia chover como não. Pensei: "Vou de mota!"
Agarrei no carro que me levou até à Ameixoeira, local de dormida da "piquena". Eram 8:40 e estava a caminho. Cheguei à Siemens às 9:00 e pensei: "Até agora tá-se bem! Cheguei a tempo e mais importante népia de chuva".
Uma hora depois eis que S. Pedro resolve dar a mijinha da praxe e começa uma chuva imparável.
Esteve assim o dia todo.
A hora de saída ia-se aproximando e nada de sinais de paragem da mijadeira. Às 20:00, e já farto de estar no bules disse para os meus botões: "Mas afinal és um homem ou és um rato??? Um verdadeiro motard não se dilui com a àgua!" Posto isto resolvi arriscar.
Cheguei à rua e constatei que estava a chover, sim, mas a dita molha-parvos!
Pus-me a caminho! 2ª circular um pandemónio mas para mim era sempre estrada. A molha-parvos tava fixe, pois não era suficiente para molhar. O calor do motor dava para ir secando as gotas de àgua que iam caindo nas calças.
Saí da 2ª circular para o eixo N-S a caminho da Ameixoeira. Paracia que tudo ía correr bem... ia-me safar duma valente molha! Saí para a Ameixoeira faltando apenas cerca de 600-700m para a garagem. Eis que começa a cair um dilúvio. "Foda-se!" - pensei eu. "É preciso ter azar. Mesmo à porta da gargem..."
Molhado até aos tomates lá estacionei na garagem!
Chego ao carro para ir para casa mortinho por tomar um banho bem quentinho e mudar de roupa e... Fuck! O carro está sem bateria. Deixei mais uma vez (já deve ser para aí a 4ª ou 5ª vez) as luzes acesas. Foi de tal maneira que a única coisa que acendia era o led do alarme. Como tinha uns cabos liguei para o meu amigo Beja que me facilita a garagem que foi ter comigo. Com os cabos de 400A chineses (que em unidades europeias deve ficar por 4mA se estiver bom tempo e 2mA se não!) tentei dar power, mas o resultado foi o mesmo que não ter cabos nenhuns.
Isto estava a correr 5 estrelas. Lá ligámos a outro amigo que tinha uns cabos todos xpto. Fomos buscá-los e voltamos para nova tentativa.
Foi à 1ª. "Finalmente o pesadelo acabou!" - pensei, suspirando de alívio.
Arranquei para casa e ao chegar lá apercebi-me que não tinha a chave da mota!
Arrgggg! Que mais poderá acontecer! Liguei de volta ao Beja para ele dar uma olhada por lá a ver se a encontrava e nos entretantos lá fui eu disparado para a Ameixoeira.
Procurámos em todo o lado... rua, escada do prédio, carro dele, elevador... Nada! Finalmente fomos à garagem. No chão também nada. Resolvemos ver na mota! Et voilá! Tinha ficado na ignição!

Há dias, que um homem à tarde não deve sair à noite!