sábado, 12 de janeiro de 2008

Eu, Anibal Cavaco Jozze, nunca me engano e raramente tenho dúvidas!!!!

Na tragédia, a música de fundo. Na manhã de 29 de junho de 1947, o menino Roberto Carlos, 6 anos, distraiu-se com o contagiante som da banda do Colégio Cristo Rei, em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Nem percebera a aproximação do trem, em manobra de retorno, na curva. Em pé sobre os trilhos, para ver melhor o espetáculo, acabou atropelado. Viu a perna esquerda ser esmigalhada pela roda.


Filho do relojoeiro Robertino Braga e da costureira Laura Moreira Braga, Roberto nascera de parto normal em casa, na Praça Dr. Luiz Tinoco 33, no dia 19 de abril de 1941. O caçula dos irmãos Lauro Roberto, Carlos Alberto e Norma vivia um drama.


O garoto foi levado, às pressas, ao Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Fora de si, seu pai quis matar o maquinista Walter Sabino, escondido apavorado na estação.


No hospital, uma correria para atender o ferido, que nem sequer chorava. A roda cortara os nervos, tirando-lhe a sensibilidade. Doutor, cuidado para não sujar o meu sapato, porque ele é novo , recomendou o menino ao médico Romildo Gonçalves.


Depois de limpar por mais de uma hora o ferimento cheio de graxa, lama e areia , o médico se viu num impasse: cortar abaixo ou, como queriam outros médicos, acima do joelho. Com base num artigo, que sugeria a menor amputação possível, o médico decidiu pelo corte na altura da canela, pouco acima de onde a roda passou.


Dei uma anestesia, levantei a pele boa junto com um pouco de músculo da batata da perna e cortei o osso com a serra. Dei uma lixada até o osso ficar arredondado e puxei para baixo a pele levantada. Coloquei o músculo embaixo do osso, para envolvê-lo, e costurei a pele , descreveu o médico Romildo, em entrevista publicada em 1993, no DIA. Ele morreu há quatro anos.


O maquinista, que se culpou pelo drama do menino, sofreu trágico acidente, anos depois. A locomotiva que pilotava descarrilou, e o carvão em brasa caiu sobre ele. Morreu após sete horas de agonia no hospital.


Por quatro meses, Roberto fez curativos diários no hospital. O cirurgião Dalton Penedo, 92, que acompanhou a fase de recuperação, alega, hoje, motivos éticos para não entrar em detalhes. Contesta, porém, que outros médicos tenham cogitado amputar a perna acima do joelho. Também pela sua versão, Roberto teria sido atropelado ao atravessar correndo a linha, após a dispersão da banda. Dalton lembra o esforço do menino. Vi o Roberto quando andava de muletas e o violão debaixo do braço , diz ele.

3 comentários:

David disse...

O QUE É ISTO????

Jenny F. disse...

Concordo com o Dave tó a nora!!

JCarreira disse...

Pena foi o comboio n lhe ter passado pro cima do pescoço! Era - 1 com a mania k saba cantar