quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Desculpem ser tão longo, leiam em partes.



Confesso que por vezes não consigo perceber qual é o objectivo da Igreja Católica, se conquistar mais crentes e apoiantes, ou tornar-se numa organização exclusiva com um pendor arrogante.

Enquanto se discute o casamento homossexual, tudo indica que é para hoje a aprovação do diploma, a igreja dá uma no cravo e outra na ferradura. Há uns meses atrás mostrou alguma abertura (interesse) ao permitir que os padres Ortodoxos Ingleses que já tenham contraído o matrimónio pudessem ser recebidos no seio da Igreja Católica como Padres, negando-lhes a ordenação a Bispo. Já em relação ao casamento Homossexual foi esta a sua posição:


"O casamento é uma instituição remota nas sociedades cristãs, associada a um conjunto de rituais e regras cristalizadas. "Instituição única", diz a Conferência Episcopal Portuguesa, que considera a casamento entre pessoas do mesmo sexo "uma ofensa". No casamento civil, a regra é mesma: o contrato só é possível entre pessoas de sexo diferente. Nos nossos dias, tolera a Igreja, ser homossexual "não é pecado", como também "não é virtude ser heterossexual".

In Dn 16 Nov 2009

Mais tarde a posição da Igreja mudou, defendendo agora o referendo publico para o casamento Homossexual, como se a maioria das pessoas tivessem alguma coisa a ver com a vida privada de uma minoria, não é esse o objectivo da democracia e dos referendos públicos, a democracia apenas e só tem de garantir que as pessoas possam fazer as suas opções matrimoniais, em liberdade, garantindo-lhes o direito à igualdade e cidadania.

Hoje deparo-me com esta notícia, mais uma no cravo.


"Casamentos entre baptizados e não baptizados proibidos
17 | 12 | 2009 10.09H

Bento XVI aprovou duas alterações ao Código de Direito Canónico e o Vaticano comunicou aos católicos, terça-feira, que os casamentos com pessoas que não estão baptizados pela Igreja Católica são inválidos.

O artigo 1986 do Código de Direito Canónico dita, segundo o jornal i, que «é inválido o matrimónio entre duas pessoas, uma das quais baptizadas pela Igreja Católica ou nela integrada e outra que não seja baptizada».

Já o artigo 1124 diz que «o matrimónio entre duas pessoas baptizadas, uma das quais baptizadas pela Igreja Católica e nela acolhida através do baptismo, e a outra integrada numa comunidade eclesiástica que não está em plena comunhão com a Igreja Católica não pode celebrar-se sem a autorização expressa de uma autoridade competente»."
In Destak


Não somos de modo algum uma sociedade de virtudes, pelo menos destas virtudes. Acho que ainda é preferida a máxima “Vícios privados, publicas virtudes” a uma sociedade critica e que poderia ser um potencial contributo para uma melhor e mais abrangente religião.

5 comentários:

prin disse...

A conquista de mais apoiantes não é motivo para abandonar os valores(discutíveis ou não) que defendem.

Existe uma ideologia que tentam espalhar e compreendo que não sigam ao sabor da corrente apenas para sacar mais apoiantes, isso é a política actual para sacar votos aos eleitores.

Pessoalmente tendo a ser contra o casamento dos padres porque os mesmos não reunem, quando ao serviço da Igreja, condições para serem bons pais de família, uma vez que após a ordenação passam a ser missionários por esse mundo fora, não podendo ser o papá presente sempre que os filhos precisam como defendem as utopias católicas.

O casamento pela igreja,
é a procura da benção divina de uma união entre duas pessoas que deixa de fazer sentido se uma delas não acredita nessas "tretas".

Mas se os gays se querem casar, coitados, acho que têm esse direito mas perdem o mesmo quando possuem o mesmo objectivo que um casamento entre um batizado e um não batizado ou seja, fazer uma festa com uma igreja bonita para a fotografia.

Acreditando num modelo de solidariedade social acho justo que um casal gay beneficie dos direitos que o sistema pode oferecer que infelizmente se obtem apenas pelo casamento.

Quis apenas ser o advogado do "Diabo" nesta matéria!

Zipper disse...

Para mim é completamente indiferente o que defende a doutrina da igreja, nem percebo porque é que muitos agnósticos e ateus discutem a maior ou menor ortodoxia da igreja. Há muito tempo que o objectivo da igreja não é ter mais crentes, se não, há muito que teriam mudado o catecismo.

Se há alguma coisa de que eu gosto na igreja católica é a sua coerência, faz-me lembrar os partidos comunistas ortodoxos. Nós pensamos assim, quem quiser ficar, fica, quem não quiser faça o favor de sair. O que não faltam é igrejas protestantes prontas para os receber.

Luís disse...

O que quer isto dizer é que uma pessoa com orientação sexual diferente, nunca poderá ser de modo algum ser um leigo. Mesmo que a sua fé, não sendo cega, seja no sentido do Deus Católico.

E penso que o gays não pretendam casar na Igreja, apenas querer um estatuto civil de casado.

Zipper disse...

O deus católico é homofóbico, ele que arranje outra igreja.

prin disse...

Luís, estás ao corrente que existem padres com orientação sexual diferente.
Lembras-te daquele que fugiu da madeira para o Brasil?
Hehehe...