quarta-feira, 13 de março de 2013

Europa á beira do fim...Será?!?!

Em tempos de crise, as palavras ganham ainda mais força. Um advogado espanhol declarou à saída de uma audiência de julgamento, de um mendigo de 30 anos que foi espancado por agressores alegadamente neonazis, que os «sem-abrigo não são seres humanos. São cancros». O crime remonta a agosto de 2009 quando o sem-abrigo dormia nas ruas de Madrid, junto a uma cabine de fotografias. Rafael Santamaria foi brutalmente espancado pelos cinco suspeitos que enfrentam agora a justiça, um deles à revelia. O julgamento está no seu segundo dia e os maiores receios centram-se na impossibilidade da verdade ser apurada dado que as lesões cerebrais da vítima não permitem que se lembre do que ocorreu. Mas declarações do advogado de dois dos acusados sobre os sem-abrigo vão ainda mais longe. «Isto não são seres humanos. Não têm trabalho na vida. São cancros da sociedade. Eu, se tenho um cancro, o médico não me põe panos quentes, tira-mo. Pois, com isto é igual», disse o advogado Angel Pelluz que já antes na audiência tinha declarado que «a preguiça não está inscrita na Constituição. A ocupação de terreno público por quem não tem uma existência digna é causa de rejeição para outras pessoas que respeitam a lei. A preguiça, o não querer fazer nada, o constituir-se um parasita, leva à repulsa», disse. Instado a clarificar as suas declarações, o advogado recebeu o jornal El País a quem reiterou as declarações e acrescentou: «Os meus clientes não fizeram nada. Eles apenas passaram por ali. O que quero dizer é que este caso explica-se porque houve uma provocação: a existência dessa pessoa na rua», justifica. Segundo a acusação da procuradoria espanhola o ataque ao mendigo sem 30 anos começou pelas três da manhã. Os golpes infligidos causaram um traumatismo craniano e uma hemorragia que deixaram Rafael Santamaria em coma. Passou 541 dias no hospital e hoje, quase quatro anos depois, tem uma incapacidade de 60 por cento, uma lesão neurológica que o impede de executar qualquer atividade complexa. «Tudo o que se lembra é que adormeceu e acordou horas depois no hospital coberto de sangue». A chave da condenação dos suspeitos está no testemunho de um casal que passou no local no momento das agressões. Dentro do carro, a jovem, que hoje testemunhou, que avistou um grupo de pessoas de cabeça rapada a agredir um sem-abrigo. O casal alertou o 112.